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Assunto: Entrevista aos Grunt Qui Jun 16, 2011 4:37 pm
Entrevista aos Grunt
1- Para começar conta-nos como se formaram os Grunt e desde que altura é que existem.... Boy-G- A formação de GRUNT remonta ao ano de 2004, na altura sob outra designação. Durante um período focamo-nos na actividade ao vivo e demos largas dezenas de concertos por todo o país. Fizemos algumas experiências em termos de line-up até percebermos que a sonoridade e portabilidade que pretendíamos da banda impunha uma formação reduzida, o que culminou naquilo que somos hoje.
2- Em todas as vossas músicas falam sobre pornografia, bondage etc... Porquê a abordagem desse tema nas vossas músicas? Boy-G- Os GRUNT sempre tiveram uma estreita ligação com o mundo Shibari e indústria Porno na sua generalidade. Estes conceitos são incorporados nos temas de forma tão espontânea que acabamos por nunca questionar o porquê. Decididamente, nunca quisemos pertencer à fatia de bandas de Grind, de conduta duvidosa, que criticam o estado social porque sim, nem nunca pretendemos exorcizar frustrações pessoais indecifráveis através da música. Pretendemos sim fazer uma abordagem exacerbada e sórdida de acontecimentos de natureza sexual/fetichista que de uma forma ou de outra já testemunhamos, conceptualizamos ou realizamos durante o nosso percurso sexual. 3-As vossas letras são directas e cruas, em que se baseiam para escrevê-las? Boy-G- Recorremos a uma terminologia que permite facilmente ao ouvinte perceber o cenário que se instala ao longo da sua experiência de audição. Não existe um objecto standard de inspiração, na verdade qualquer momento aleatório do nosso quotidiano poderá servir como fonte de inspiração. O simples contemplar de uma miúda com um colar cervical a sufocar os seus seios ou uma senhora portadora de obesidade mórbida, poderão ser motivos suficientemente inspiradores para uma letra.
4-Tive oportunidade de comprar o vosso álbum Scrotal Recall, e surpreendeu-me o facto de este estar a um preço tão acessível, foi uma estratégia vossa para possivelmente o vosso som chegar a um maior número de púplico? Boy-G- Hoje em dia, devido a motivos diversos as pessoas não compram discos. A nós não nos cabe lamentar ou julgar os factos mas sim acompanhar a tendência evolutiva, certificarmo-nos que o suporte físico está acessível.
5-No vosso álbum têm uma cover de Cradle Of Filth a "The Forest Whispers My Name", porquê a escolha dessa cover no vosso álbum? Boy-G- Na verdade gravamos duas covers, esse tema de COF e outro de Rot. O tema de COF surgiu de uma participação especial do Ivo Conceição (Comme Restus, Kalashnikov) num concerto de GRUNT. Não me lembro bem porque é que tocamos o tema, mas quando em 2007 estávamos a gravar as faixas de bateria decidimos incluir isso. Acaba também por ser uma motivação para um público feminino gotejante que se está a iniciar no universo do Grind. 6-Em alguns dos vossos temas usam pequenas partes de música eléctronica, o que é muito pouco usual no estilo musical que practicam, de onde surgio essa ideia? Boy-G-Inicialmente o planeado até era cometer um abuso maior nos samples durante e entre os temas, no entanto o processo de composição revelou-se de tal forma adulterado por drogas e delírios sexuais que nos esquecemos de criar a simbiose entre os elementos. Nos próximos lançamentos teremos certamente uma sonoridade electrónica mais vincada, inspirada no brilho do Latéx negro, na beleza dos seios siliconianos em coito intermamário e na perfeição de um rabo besuntado em lubrificante rectal.
7-O vosso álbum conta com cerca de vinte e cinco temas. Desde a composição das músicas até ao lançamento do álbum passaram por um trabalho muito árduo? Sentiram algum tipo de pressão? Boy-G- Nem por isso, os temas foram compostos na sala de ensaios e a composição foi concluída há vários anos. Durante este processo utilizamos uma técnica bastante inspiradora que consiste no uso de uma única e ténue luz vermelha para iluminação de todo o espaço. Relativamente a pressões, a única que sentimos foi o peso dos nossos pavilhões testiculares que se manifesta sempre que contemplamos os retratos pendurados ao fundo do estúdio.
8- Brevemente iram em turné, onde iram passar pela República Checa, Alemanha, Holanda etc... Estão anciosos por começar a apresentar este vosso trabalho ao púplico? Boy-G-Regra geral nunca sofremos de grande ansiedade, excepto se actividades relacionadas com incursões sexuais. Sentimo-nos obviamente satisfeitos pelo facto dos GRUNT terem despertado interesse nos promotores além fronteiras e estamos certos de performances viris e intensas sucções genitais. 9-Têm um vídeo clip do tema "Goth Girls Don´t Say No", como correram as gravações para esse vídeo? Ficaram satisfeitos com o resultado final? Boy-G- O videoclip foi integralmente produzido por nós e parcialmente filmado na "Haus of Dominanz" que é um Dungeon muito bem equipado, gentilmente cedido pela nossa amiga dominatrix Lady Sylvia. Para primeira experiência, o resultado é satisfatório. Temos também planeado há alguns meses o registo de um segundo videoclip para o tema "Shemale" que terá a participação especial de um transgênero e irá abarcar uma vertente totalmente diferente do "Goth Girls Don't Say No.
10- De momento estão a trabalhar com a editora Bizarre Leprous Production, como está a ser trabalhar com eles? Boy-G- A BLP é indubitavelmente a força do Grind europeia, tem no seu roster algumas das mais influentes e populares bandas de Grind da actualidade e é um prazer fazer parte de um catálogo tão carismático. Portanto, nada a apontar até hoje. 11-Nos vossos concertos apresentam-se vestidos de latex, o que dá aquele ambiente a Bondage, acham importante para uma banda ter uma imagem que marque o púplico e que cause impacto nos mesmos? Boy-G- É importante vestirmos aquilo que achamos confortável e adequado à ocasião. Sendo que cada concerto de GRUNT é um ritual solene de comemoração sexual. não consigo visualizar um outfit mais adequado.